Pontos Extremos: Ruínas Invisíveis nas Fronteiras de um País

dc.creatorFoot, Francisco, 1952-en
dc.date.accessioned2008-12-02T18:02:21Zen
dc.date.available2008-12-02T18:02:21Zen
dc.date.issued2004en
dc.description.abstractEm pleno país do esquecimento, valeria a pena pontuar, a contrapelo, alguns dos modos de produção de ilusões coletivas, que se estabelecendo mediante simbolizações espaço-temporais, têm firmado traços de comunhão imaginária em torno de “fantasias de Brasil”, por via simultânea das linguagens imagética, gestual, histórico-narrativa, musical e arquitetônica, entre outras. Unificações forçadas e unidades interessadas contra as diferenças socioculturais e contra restos e rastros a serem eliminados da memória, ou então, a serem cristalizados como figurações de um passado já suplantado, ficam fora do grande arcabouço de uma coletividade de destinos superpostos justamente os pontos extremos de fronteiras discursivas, geográficas e históricas desses mitos do ser nacional feitos e refeitos para se comungar. Ficam fora os restos a serem deletados pela grande máquina do Estado e seus operadores, entre eles os poderosos instrumentos publicistas e mediáticos da sociedade do espetáculo. Ficam fora os rastros a serem apagados pela “cultura brasileira” assim constituída com a função precípua de tal proceder. Repassaremos de maneira sumária, a seguir, três modos básicos de produção do efeito de ilusão-Brasil mais freqüentes nas lutas sociais e guerras culturais entre nós, supondo que tal esquema seja também adequado para se debater o mesmo processo em outras regiões da América Latina: a) o modo monumental, isto é, como os discursos e ações estatais, inclusive de seus aparelhos ideológicos, têm produzido símbolos e construções que revelam o poder aparente da civilização técnica dominante em erguer marcos duradouros de uma memória unificada e, na sua extensão e pujança, pretensamente única e b) o modo elegíaco, isto é, a forte presença de discursos, rituais e atualizações que têm como motivo central o elogio das ruínas, a representação de um passado heróico perdido, o culto fúnebre e tantas vezes mórbido dos povos, grupos ou pessoas vencidos em batalhas assinaladas como históricas, o museu como santuário reservado de restos mitológicos, a arqueologia como ciência da busca de sinais ou simulacros de um espaço-tempo restaurante; c) o modo delével, isto é, as intervenções violentas de indivíduos, grupos e/ou políticas públicas no sentido do silenciamento completo de vozes ou línguas diferentes do monolingüismo do Estado e de seus porta-vozes, da desaparição de qualquer memória ou testemunho das dissensões, incluindo o apagamento de trilhas ou rastros que pudessem conduzir a algum vestígio de extermínios perpetrados, ou o confinamento perpétuo de outras linguagens e culturas nas margens externas da sociedade global nacional, de suas leis de pertinência e de suas cláusulas de inclusão.en
dc.description.departmentLatin American Studiesen
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/2152/4073en
dc.language.isoporen
dc.relation.ispartofseriesVisiting Resource Professor Papers;en
dc.subjectIdeologíaen
dc.subjectBrazilen
dc.subjectIdeologyen
dc.subjectCommunicationen
dc.subjectBrasilen
dc.subjectCultureen
dc.subjectComunicaçãoen
dc.subjectCulturaen
dc.titlePontos Extremos: Ruínas Invisíveis nas Fronteiras de um Paísen
dc.typeWorking Paperen

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